sábado, 6 de novembro de 2010

A fome

Segundo o Expresso de hoje, os professores abrem as escolas ao sabados para matar a fome aos alunos. O Ministerio da Educação ja reagiu, dizendo que a acumulação de funções não tem cabimentação orçamental. Admite contudo ceder aos Sindicatos e permitir que a qualidade do serviço de mesas possa vir a ser um item avaliativo.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

weird on top

Em nome da decência pública, os autarcas de Castellammare di Stabia, em Itália, aprovaram ontem uma lei que pune com coima de 25€ a 500€ quem andar na rua vestido com falta de decoro.
Deixem lá os grupos de revolta do Facebook. Em vez disso riam, com estes exemplares de leis em vigor um pouco pelo globo, segundo o jornal "i" de hoje:

-em Israel, é proibido levar ursos para a praia,

-em França, um porco não se pode chamar Napoleão,

-na Austrália, só um electricista especializado pode mudar uma lâmpada,

-na Suíça, é proibido estender roupa ao Domingo,

-na Dinamarca, é proibido arrancar com um automóvel enquanto estiver uma pessoa debaixo dele.

E o vencedor: em Lérida, Espanha, as prostitutas de beira de estrada estão a ser multadas. Porquê? Porque não usam colete reflector.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

história de uma bancarrota

Era muitas vezes um pai de família que ganhava 1.000€ e que queria comprar uma casa por 100.000€.
Pediu um empréstimo ao banco.
Ficou com um défice nas suas contas de 99.000€, mais coisa menos coisa, mas nunca pensou nisso.
Depois quis comprar um carro e pediu outro.
Depois quis mobílias novas e um LCD e telefonou para uns senhores que lhe emprestaram o dinheiro, sem muitas perguntas e sem que fossem preciso fiadores.
O défice das suas contas já não tinha conta, nem ele sabia qual era.
Um belo dia ia a passar no centro comercial, onde tinha ido resmungar porque o canal de desporto não estava a funcionar bem lá em casa, e ofereceram-lhe um cartão de crédito, azul, com 500€ à sua disposição.
Vinha mesmo a calhar, porque quando tinha de levar o carro à revisão ou pagar os livros escolares o dinheiro faltava e tinha de ir pedir favores à avó de família, que esperava pelas férias e pelo Natal para receber o que generosamente emprestara, embora com juros, que não era nenhuma santa…
Deitava-lhe contas que o cartão cobriria agora as pequenas faltas e que o 13º e o 14º também haveriam de cobrir as despesas do cartão, sem pedir favores a ninguém.

Na ceia de Natal de um desses gloriosos anos, a irmã Manuela, à vista de uma fabulosa pista de comboios e de um aeroporto modelista oferecido aos sobrinhos (que, em boa verdade, mais embevecia o pai de família), comprados com o cartãozito azul, avisou o pai que aquilo eram despesas a mais e que estava preocupada com o futuro dos sobrinhos, que ainda haviam de sofrer com tanta prodigalidade.
O rating da família estava a contas com a desgraça, disse-lhe a irmã, mas o pai de família achou que, não notando nada, logo se via.

Sem que o pai de família soubesse, ou lhe interessasse por aí além, o negócio começou a correr mal aos senhores do telefone; parece que tinham emprestado dinheiro a impulsos telefónicos a gente que não tinha como pagar!
O banco que todos os meses recebia do pai de família as prestações do empréstimo da casa, comprou, aos senhores do telefone, a dívida das mobílias e do LCD do pai de família, passando a receber todos os meses as prestações que ele pagava.
A seu tempo, o banco precisou de reforçar o seu capital, à conta de impulsos também exagerados, e vendeu a dívida das mobílias e do LCD a um banco estrangeiro; não importa de onde, o pai de família não soube e não quis saber, pagava sempre o mesmo.

Num dia mau, o pai de família despistou-se ao volante do seu carro, que ficou em muito mau estado.
O seguro, contra terceiros, não servia para nada.
Corria o mês de Janeiro, não havia subsídio à vista e o cartãozito azul não dava para aquilo, mesmo que ainda tivesse dinheiro disponível, que já não tinha.
Havia que pedir à avó de família, mais uma vez.
Mas a avó, numa conversa com a mãe, apercebeu-se do rating da família, a contas com a desgraça.
Com medo de que nunca viesse a receber o capital, exigiu-lhe juros elevados, que devia pagar todos os meses, sempre era algum que não se perdia.

Não havia outro remédio senão aceitar.
Mas havia que acalmar a avó, não fosse necessário recorrer-lhe outra vez e enfrentar nova e sufocante subida de juros.

Que fez o pai de família?